"Um grupo de excursionistas franceses encontrou um menino-morcego numa cova profunda dos Pirenéus. A surpreendente criatura, que está a ser estudada no mais absoluto segredo, tem uns olhos enormes que lhe permitem ver no escuro, orelhas pontiagudas e um potente radar."
"Este caso é realmente muito estranho", garante um dos poucos especialistas que teve oportunidade de o examinar. "Fui testemunha de como esta pequena criatura se comunica com os morcegos. E, como eles, só se alimenta de insectos voadores."
Graças aos seus olhos enormes, o dobro do tamanho do que é comum, e às suas orelhas pontiagudas, que utiliza como antenas, o pequeno é capaz de ver a quilómetros de distância, inclusive na mais completa escuridão. "Parece que a criança faz parte de uma raça milenária que vive nas profundezas", arrisca o cientista.
"Depois de o analisar, a minha tese é que esta estranha raça desenvolveu os sentidos de um modo paralelo ao dos morcegos, o que lhes permite viver em condições muito adversas. Lá em baixo faz muito frio e há uma grande humidade", explica o especialista.
Um dos pormenores que mais chamaram a atenção dos estudiosos foi a completa falta de higiene que a criatura apresentava. "Pelos vistos, a limpeza não está na moda entre os membros desta insólita raça", explica o cientista, num tom brincalhão. "O menino estava muito sujo e pudemos comprovar que nunca lavou nem limpou os dentes", garante.
A descoberta desta criança-morcego aconteceu há aproximadamente um mês nos Pirenéus. Um grupo de oito jovens excursionistas franceses deram com ele por casualidade.
"Pelo que nos contaram, estava sozinho, embora todos os indícios levem a crer que há muitos mais como ele nas profundezas", afirma o cientista. "Segundo parece, os jovens passavam à frente de uma gruta quando ouviram um grito estridente. Aproximaram-se do buraco e descobriram o menino. Este parecia muito assustado, seguramente por causa da intensidade da luz do dia", explica o estudioso.
Os excursionistas cobriram-no com uma manta e levaram-no a uma esquadra de polícia, já que, a princípio, pensaram que se tratava de um extraterrestre."Segundo os rapazes nos contaram, a criatura não queria entrar no carro e debateu-se como um louco. Somente todos juntos conseguiram introduzi-lo no veículo. Logo, como os polícias não sabiam o que fazer, enviaram-no para o nosso laboratório para que tomássemos conta dele."
O pequeno, a quem puseram o nome de Maurice, ainda está sob observação, embora esteja bastante mais calmo. "A verdade é que de início deu muitos problemas, sobretudo para o alimentar. Mas, felizmente, descobriram que, para além dos insectos, difíceis de encontrar, Maurice também gosta muito de caracóis. De momento foi tudo o que consegui descobrir sobre ele", explica o cientista .
Fonte: Notícias do Mundo, Nov. de 1994 - Ouvistes falar
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