sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um bebé com cabeça de adulto


"A vida reserva-nos grandes surpresas, diz o povo. Mas surpresa tiveram os espanhóis Carlos Garzón e Pilar  de la Morena, casados, residentes em Barcelona, quando nasceu o seu filho Rodolfo e descobriram que a criança tinha cabeça de adulto."
A vida dos Garzón mudou completamente depois da chegada de Rodolfo. Sobre o seu corpo perfeito de bebé repousa uma cabeça de adulto. "Embora agora nos sintamos os pais mais orgulhosos do mundo, passámos por um período muito difícil", garantem os progenitores. "É muito duro ouvir um dia atrás de outro dizerem a um filho nosso de dois meses Bons dias, senhor", lamenta-se o pai. Contudo, os Garzón superaram já esta adversidade. Todos os médicos consultados pelo casal afirmam que, à parte o inconveniente estético, a criança com cabeça de adulto goza de uma saúde excelente.
A pediatria checoslovaca residente em Espanha Ludmila Cratilova submeteu Rodolfo a todo o tipo de exames e o seu diagnóstico coincide com o de três outros especialistas: o extraordinário bebé é perfeitamente são.
Cratilova não sabe explicar, no entanto, como foi possível suceder um caso destes. "Conheci fenómenos muito estranhos ao longo da minha carreira de pediatra, mas nenhum tão esquisito como o de Rodolfo", afirma.
A criança, que seguramente "é muito mazinha", como dizem com carinho as enfermeiras que o atendem, fez a mãe passar um mau bocado no dia do nascimento. "O pior foi a cabeça", recorda Pilar, a mãe. "Não sou caguinchas, mas dei uns gritos enormes e não desejo nem ao meu pior inimigo um suplício igual. "Pilar sonhou durante uma semana que estava a dar à luz Michael Jordan. " Teve de receber tratamento psiquiátrico", acrescenta Carlos, o pai. "Duas ou três vezes por noite levantava-se a gritar: O Michael Jordan não!! O médico aconselhou-me, sempre que isso acontecesse, a esbofeteá-la até lhe passar o sonho. Felizmente, o tratamento funcionou."
O psicólogo que trata Pilar explica este tipo de pesadelo como um trauma ocasionado pelo parto de uma cabeça com o tamanho da de Rodolfo.
Passam as semanas e Rodolfo tem um comportamento idêntico ao de qualquer bebé. A avó, mãe de Pilar, todavia, não consegue evitar desatar a chorar sempre que muda as fraldas no neto. "Não sei se é por comoção", comenta a senhora, "ou pela impressão que me faz olhar para a sua cara, mas começo a chorar sempre que o vejo. Sinto como que se está a rir de mim; esqueço-me de que é um bebé quando me olha com aquela cara desavergonhada que põe; mas é meu neto e quero-o do coração."


Fonte: Notícias do Mundo, Out. de 1994 - Ouvistes falar        

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